Apesar da ocorrência de uma girafa anã não ser habitual entre esses mamíferos, sua existência é de conhecimento dos cientistas desde 2015, ano em que Michael Brown, bolsista de ciências da conservação, e seus colegas viram uma girafa de 2,7 metros no Parque Nacional de Murchison Falls, em Uganda.
Como esses animais costumam ter tamanho médio de 5 metros, a reação inicial dos estudantes da Giraffe Conservation Foundation e do Smithsonian Conservation Biology Institute foi de completa descrença. O animal foi batizado de Gimli em homenagem ao elfo do filme Senhor dos Anéis.
A história se repetiu três anos depois quando os pesquisadores ficaram sabendo da existência de uma girafa angolana ainda mais baixa, com 2,4 metros de altura, chamada Nigel. Ao examinar o animal, a única explicação possível foi o nanismo.
A condição observada nas girafas é conhecida como displasia esquelética e afeta o crescimento ósseo, causando essa redução na estatura. O nanismo é raro entre os animais selvagens e era inédito nas girafas, embora seja comum em humanos e animais domésticos.
Por isso, a descoberta foi transformada em pesquisa e publicada no final de 2020 na revista científica BMC Research Notes.
A conclusão do estudo foi que o nanismo ocorreu nas duas girafas por conta dos ossos mais curtos. Outro fator curioso foi que a condição não prejudicou a capacidade de sobrevivência de Gimli e Nigel.
Contudo, os pesquisadores se preocupam que a baixa estatura pode transformar esses animais em presas fáceis para predadores. O acasalamento é descartado, pois os machos não teriam como montar fêmeas de 4,3 metros de altura.
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