Sergei Konstantinovich Krikalev ficou popularmente conhecido como o “o último cidadão soviético”. A fama se deu por ele estar a bordo da estação espacial Mir, em 1991, quando o país que lhe enviou ao espaço, União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), acabou e ele ficou sem rumo.
Situado há 350 quilômetros da Terra, Krikalev obtinha mensagens dos conflitos existentes na Praça Vermelha de Moscou.
Em meio ao conflito, Mikhail Gorbachev detinha o poder na Rússia e a URSS se decompunha em 15 países distintos. A partir disso, o astronauta não tinha mais casa.
O início
No dia 19 de maio de 1991, quando Krikalev estava com 33 anos, ele saiu a bordo como engenheiro de voo.
Na missão de cinco meses, o jovem foi em direção à estação espacial Mir, em conjunto com o comandante Anatoli Artsebarsky e a cosmonauta britânica Helen Sharman, passando a ser a primeira britânica a ir ao espaço e primeira turista espacial da história.
Em 26 de maio, Sharman voltou junto com os astronautas Viktor Afanasyev e Musa Manarov, já presentes na Mir há 120 dias. Krikalev e Artsebarsky permaneceram no espaço.
Ambos tiveram a notícia do golpe de estado ocorrido em agosto e não compreenderam a situação. O receio consistia em como o fato influenciaria a indústria aeroespacial.
A volta
No começo de outubro de 1991, a missão Soyuz TM-13, agendada anteriormente, chegou à Mir com dois astronautas russos e um austríaco . Ao voltar, foi permitido “dar uma carona” para Anatoli Artsebarsky, deixando apenas Krikalev na Mir.
Depois de 311 dias no espaço, Sergei Krikalev conseguiu voltar para Alemanha. Isso após aceitar pagar US$ 24 milhões (R$ 129 milhões), por uma passagem comercializada então pela Rússia para resolver pendências econômicas do país. Com isso, Krikalev foi substituído por Klaus-Dietrich Flade. A Mir só foi desativada em 2001.
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