Lagostim-de-mármore clona a si próprio e se espalha pelo mundo

Fêmea da espécie de lagostim sofre mutação e inicia reprodução assexuada, clonando a si mesma. Entenda mais sobre esse caso.

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Há 30 anos, o lagostim-de-mármore atrai a curiosidade de cientistas. A existência do Procambarus virginalis , também conhecido como lagostim-mármore ou lagostim marmoreado, é rodeada de questões que só estão sendo respondidas atualmente. Algumas delas sobre como o animal conseguiu alcançar distintas partes do planeta de modo tão ágil e em que medida ele se reproduz, ainda que sem concentração de espécies.

O avanço rápido da população apresenta tanto risco que já acarretou banimentos internacionais e ações de controle para prevenir que se transforme em uma praga.

Lagostim de mármore

Lagostim de mármore
Lagostim de mármore

As espécies pioneiras do crustáceo, com 10 centímetros de comprimento, foram localizadas na Alemanha, em uma feira de exposições de animais de aquário, durante os anos 1990. Porém, ainda não é se sabe se foram concebidas na Alemanha ou nos Estados Unidos, país de origem de um dos seus descendentes.

O animal não é localizado facilmente na natureza, representa um híbrido de lagostim de rio e outra espécie distante. A reprodução acarretou a mutação que deixou o bicho capaz de fazer partenogênese, que é uma reprodução assexuada, que não exige fecundação e concebe “clones” da mãe, com a mesma sequência genética.

o modo de reprodução é comum em animais que habitam ambientes isolados, como ilhas com pouca exposição ao contato humano, geralmente em abelhas, lagartos e peixes. É a essa característica que se refere o virginalis do nome científico da espécie.

Desse modo, como o lagostim-de-mármore não está com chance de extinção ou habita locais inóspitos, a sua disseminação foi mais rápida do que o aguardado.

Pesquisa sobre a clonagem

Lagostim se adapta em diversos ambientes
Lagostim se adapta em diversos ambientes

O biólogo molecular, Frank Lyko, líder de pesquisas publicadas em 2018 na revista científica Nature Ecology and Evolution, foi quem apresentou os conhecimentos mais recentes sobre o animal.

De acordo com a pesquisa, o lagostim de mármore possui três pares de cromossomos, ao invés de dois, que é mais popular. Isso lhe permite reprodução contínua e veloz.

O “paciente zero” é uma fêmea que obteve mutação original e resultou na população, comparada a uma praga em Madagascar. A espécie pode ser encontrada desde os Estados Unidos até o Japão, permeando vários países da Europa. Ela consegue se adaptar a diversos climas e pH da água, o que facilita a propagação.

Espalhamento do lagostim
Espalhamento do lagostim

Agora, com mais popularidade, o animal pode ser controlado em diversas regiões. Ademais, a adaptação às mutações pode atuar como objeto de estudo sobre o câncer, tendo em vista que a alteração genética que possibilita a partenogênese é conhecida pelos cientistas como constituição de tumores.

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