Imagens de tomografia revelam morte cruel de faraó egípcio

Exame feito em corpo mumificado ofereceu pistas sobre o que tenha ocorrido com o faraó, localizado com ferimentos brutais na cabeça.

0 396

Com passagem breve pelo trono (1.558 a 1.533 a.C), o faraó egípcio Seqenenre Taa II, o Bravo, foi morto em combate, quando tinha por volta de 40 anos. Isso ocorreu pois, na vigência do seu governo, egípcios tinham de enfrentar a dinastia dos hicsos.

Provenientes da Ásia, os estrangeiros monitoraram por um século (1.650 a 1.550 a.C) a parte norte do Egito. Paralelo a isso, solicitavam tributos da parte sul do reino e, em alguns momentos, faziam exigências incoerentes.

A morte do faraó

De acordo com informações localizadas em papiros, Seqenenre Taa II, se rebelou contra os invasores depois de receber uma queixa ímpar. O rei hicso, que habitava no norte, indagava que o barulho dos hipopótamos que habitavam um tanque sagrado em Tebas, no sul, estava atrapalhando seu sono. Portanto, ele solicitava que a piscina devia ser destruída.

Mas o rei hicso habitava na capital Avaris, afastado de pelo menos 644 quilômetros do barulho. Nesse caso, a demanda era uma ofensa direta aos egípcios, acarretando em uma série de conflitos, comandados pelo Seqenenre Taa II.

No entanto, em uma dessas buscas de tirar os invasores a força, o faraó acabou indo a óbito. A sua múmia foi localizada e estudada pela primeira vez ainda em 1886. O estado danificado do corpo apontava que o embalsamento tinha sido feito às pressas, sem cumprir a risca os protocolos usuais de mumificação.

Hipóteses

Imagens de raio-X, realizados em 1960, apontam que Seqenenre Taa II teria ido a óbito depois de receber golpes rigorosos na cabeça.

Até o momento, umas das hipóteses, é que ele tenha sido capturado ao longo de uma batalha e executado por alguém do povo hicso. Outro pressuposto é de que poderia ter sido alvo de um golpe, elaborados pelos egípcios.

Porém, novas análises, finalizadas recentemente por pesquisadores da Universidade do Cairo, apontam que as últimas horas do faraó foram ainda mais cruéis. Seqenenre teria sido morto em um campo de batalha, após levar golpes com espadas, lanças e machados.

Novas descobertas

“As mãos deformadas sugerem que o faraó provavelmente foi preso amarrado”, afirmam os cientistas responsáveis pelas descobertas, publicadas em um artigo da revista científica Frontiers in Medicine. O estudo se fundamenta em imagens 3D, produzidas por tomografia computadorizada, e na análise de armas, frequentemente  utilizadas pelos hicsos no período.

As lâminas acarretaram em cicatrizes profundas. Um machado ou espada abriu um corte de sete centímetros na testa, já os demais golpes perfuraram os olhos e bochechas. Também existem indícios de outros ataques no crânio, afetando o cérebro.

“Em uma execução convencional de um prisioneiro amarrado, apenas um agressor costuma atacar – possivelmente de ângulos diferentes, mas não com armas diferentes”, diz o radiologista que liderou o estudo, Sahar Saleem, em um comunicado divulgado na revista Super Interessante. “A morte de Seqenenre foi uma execução cerimonial”.

Tomografia faraó
Tomografia faraó

Segundo os pesquisadores, há indícios de que, ao longo da preparação do corpo, buscou-se esconder as marcas que os inimigos causaram no crânio do faraó. Os novos registros revelam que os restos mortais estavam embaralhados dentro da múmia, com os ossos fora do lugar e a cabeça descolada do corpo.

Também, existiam, fragmentos de cérebro ressecado no lado esquerdo do crânio, sinalizando problemas na manipulação do cadáver.

Veja também: Galo bota ovos e choca moradores de Santa Catarina

Deixe um comentário